terça-feira, 22 de julho de 2008

Santuário de Bom Jesus de Matosinhos

Erguido ao alto de uma colina, o Santuário do Bom Jesus do Matosinhos é, sem dúvida, uma imagem de destaque na paisagem cênica de Congonhas. No adro desse belo Santuário estão dispostos o magnífico conjunto estatuário produzido por Aleijadinho com a ajuda de seu Atelier, que, sem sombra de dúvida, destacou-se como uma das grandes obras do mestre.

A história desse templo está intimamente ligada à mineração. Foi Feliciano Mendes minerador, que ao alcançar uma graça rogada de um pedido ao Bom Jesus prometeu construir uma Igreja em seu nome. Assim, depois de fixar uma Cruz no Alto do morro Maranhão, passou a angariar esmolas para construir o Santuário. Feliciano Mendes morreu oito anos após o inicio das obras em 1765, tendo ainda em vida a felicidade de ver o seu sonho ser realizado. A conclusão dessa construção se deu no final do século 18, quando Aleijadinho, já bastante debilitado, concluía seus trabalhos, esculpindo os Passos da Paixão e os doze profetas.


Decoração

A decoração do interior do templo é uma das riquezas do período rococó. Entre o período de 1765 a 1769, o entalhador Jerônimo Felix Teixeira cuidou dos retábulos do Cruzeiro, apenas concluídos em 1772, por Manoel Rodrigues Coelho. Quanto a pintura e douramento do altar de Santo Antônio, ficaram a cargo do pintor João Carvalhais. Já o altar de São Francisco de Paulo, se encarregou o pintor Bernardo Pires da Silva. O artista João Antunes Carvalho entalhou o retábulo-mor enquanto ele era construído, entre 1769 e 1775. Nessa mesma capela-mor estão dois anjos tocheiros, obra de Francisco Vieira Servas (1778) e ainda quatro relicários de Aleijadinho e seu atelier, pintados por Athaíde.
Outro ponto que chama a atenção são os dragões orientais, utilizados como porta-lampadas e ainda os animais do arremate inferior dos púlpitos. Sobre a pintura rococó do conjunto destacam-se artistas como Bernardo Silva (forro da capela-mor - 1773 a 1775), João Nepomuceno Correia e Castro (forro da nave e diversos painéis da igreja - 1778 a 1787). Apenas em 1790, foram concluídas as obras no adro e escadarias da Basílica.

Entre os anos 1800 e 1805, aleijadinho esculpiu os doze profetas em pedra sabão. Os profetas trazem pergaminhos com suas profecias.


Profeta Nahum: “Exponho que castigo esta reservado a Ninive. Declaro que a Assíria será completamente destruída.”

Profeta isaías : ”Depois que os serafins celebraram o Senhor, um deles troxe aos meus lábios uma brasa como uma tenaz.

Profeta Joel: “Explico a judéia que mal hão de causar a terra a lagarta, o gafanhoto, o brugo, a alforra.”

Profeta ezequiel: “Descrevo os quatro animais no meio das chamas e as rodas espantosas e o trono etéreo.”

Profeta amós:” feito primeiro pastor e em seguida profeta, dirijo-me contra as vacas gordas e os chefes de israel.”

Profeta jonas: “engolido por uma baleia, permaneço três dias e três noites no ventre do peixe; depois me dirijo a ninive.”

Profeta Oséias: “tome a adultera, disse-me o senhor: eu o faço, tornando-se ela a minha esposa, que concebe e dá luz”

Profeta daniel: "Encerrado, por mandado do rei, na espelunca dos leões, escapo são e salvo, pelo auxilio de Deus".

Profeta Habacuc: “ó, Babilônia, Babilônia, eu te arguo ó tirano da caldéia; mas ti, ó deus benigno; canto em salmos.

Profeta jeremias: “Eu choro desastre da judéia e a ruína de jerusalém: e rogo ao meu povo que queira voltar ao senhor.
Profeta baruc: "Vaticínio a vinda de Cristo na carne e os últimos tempos do mundo, e previno os piedosos"

Profeta abadias: "Eu vos arguo, ó Idumeus e gentius. Anuncio-vos e vos prevejo pranto e destruição”.

Museu do aleijadinho

O Museu do Aleijadinho foi criado em Ouro Preto, em 1968, para reunir, conservar, preservar e difundir objetos de arte sacra e documentos gráficos de valor histórico, além de realizar pesquisas e estimular atividades no campo da história da arte. A denominação do museu é uma homenagem ao maior artista ouro-pretano de arte barroca Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, patrono da arte no Brasil. Ele foi o construtor, dentre tantos monumentos, da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, onde se abriga o museu. Aleijadinho viveu em Minas Gerais, de 1730 (data provável) a 18 de novembro de 1814.

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